sábado, 19 de outubro de 2013

Análise do Dia
Uma nova revista entrando de mansinho nesse mercado dominado pelas comics americanas e o mais interessante é que é totalmente feita por brasileiros.
Bem vindos ao mundo da revista HBQ e como o o próprio título diz: Seu Multiverso em Quadrinhos.

Estava batendo um papo no grupo Quadrinhólatras do Facebook e mostrando algumas aquisições que tinha acabado de comprar quando fui abordado pelo serelepe Rodrigo Narvaz que me ameaçou não me dar mais ajuda no Diamond Dash se eu não compra-se a HBQ (brincadeira Rodrigo, mas não esquece de me dar moedas extras no Diamond, hehehe).
Bem, voltando a seriedade apresento a vocês a revista HBQ, um projeto criado por um grupo de 12 amigos que sonhavam em ver seu material publicado (até eu já tive meu tempo de fanzineiro, mas isso é uma outra história) e concretizaram isso na forma dessa HQ.
Capa de Ellie Petersen
A revista contém três histórias seriadas e uma one-shot (histórias sem continuação) onde eles vão abordar os mais diversos temas, indo de ficção científica até fantasia.
A primeira história é Paradigma, escrita por A. Diandra e belamente desenhada por Ellie Petersen.
A história se passa em um futuro onde o mundo é mantido em paz por uma organização chamada Sociedade 8, um grupo científico que faz o mais variados trabalhos como servir de proteção para unidades especiais, agir em casos de catástrofe naturais para salvar vidas e principalmente lutar contra os "invasores". 
É em meio a esse cenário que Neron e Brianna, dois irmãos, tentam desvendar o mistério sobre a Sociedade 8 e os "invasores".
Belíssima arte de Ellie Petersen
A. Diandra escreve muito bem, sua narrativa é lenta, nada de cenas de lutas e de ação estonteante (não nesse primeiro capítulo), o que favorece a apresentação dos personagens principais. Logo de início ela deixa alguns mistérios para prender a atenção dos leitores: o que é a Sociedade 8? Quem são os "invasores"? Qual é a ligação entre esses dois grupos?
A arte de Ellie Petersen é linda de se vê, ela sabe usar muito bem as Gags visuais dos mangás japoneses e seu estilo sombrio faz ótimos jogos de luz e sombra. Seus cenários são bem feitos e não se vê linhas tortas nos prédios e veículos.
Linhas de ação
A dupla ainda usa o Brasil como cenário para a história, gosto quando estou lendo e vejo uma cidade brasileira sendo citada. Ponto para a história.
A segunda história é Ranaway, escrita por Natália Bellieny e desenhada por Raphael Cardoso.
Acompanhamos a história de Jenifer Alvez, violinista que estava pronta para ingressar em uma das melhores escolas de músicas do país quando descobre que não passou no exame de aprovação. Sem saber o que fazer ela se encontra com Rana, uma guitarrista que é contra o sistema sem criatividade do ensino de música e convence Jenifer a participar do Sound of Dreams, um concurso de novos talentos.
O roteiro de Natália é leve e divertido, depois que assisti Beck fiquei muito viciado nesses roteiros que envolvem música e parece que a Natália está indo por esse rumo. Algumas coisas acontecem rápido, como a decisão de Jenifer em acompanhar Rana em uma viagem pelo país em cima de uma moto, mas nada que estrague a história.
Arte de Raphael Cardoso

A arte de Raphael Cardoso é limpa e bonita, os detalhes da guitarra de Rana é impressionante e não consegui ver erros de anatomia em seus desenhos, além de que suas garotas são bem bonitas e curvilíneas, nada exagerado como os desenhos de Oh! Great ou as retinhas personagens de shoujo mangá. O único ponto que me incomodou foi a criação de uma moeda fictícia chamada Rombro, já que a história não parece ter elementos fantasiosos acho poderiam ter usado uma unidade financeira real, mas tudo bem.
A terceira história é Império de Vidro de Pedro La Ruína e Jadson Santos.
    
Forças sobrenaturais atacam e matam pessoas comuns em um mundo governado por reis envolvidos em intrigas políticas, onde um jovem imperador tenta manter o honrado legado de sua família. Um mundo de deuses mortos e onde a tecnologia é a nova magia.
O roteiro de Impérios de Vidro é um pouco confuso, os personagens são apresentados satisfatoriamente, mas o mundo ao redor não, não consegui discernir se é um cenário fantasioso, steampunk ou uma mistura dos dois. A premissa parece ser boa, mas terei que acompanhar o restante das histórias para saber.
Os desenhos de Jadson Santos são bons, ele faz seus personagens esguios, me fazendo lembrar de alguns trabalhos do Clamp. Ele também consegue fazer um efeito de luz em alguns quadro que deixa a cena mais bonita.
Arte de Jadson Santos
Assim como o roteiro eu preciso ver mais da arte do Jadson para ter uma opinião mais segura, mas me parece promissor.
A última história se chama Epílogo e o roteiro é novamente de Pedro La Ruína e a arte pertence a Mad D.
Mad D. em ação
A história nos mostra um investigador tentando convencer um homem a não cometer suicídio e se vê envolvido em uma situação nonsense onde a realidade não pode ser o que parece.
Pedro consegue fazer nessa história o que não conseguiu no Impérios de Vidro, apresentou os personagens tão bem que não saber os nomes deles não prejudica a leitura. Epílogo é uma grande brincadeira de metalinguagem onde somos forçados a adivinhar o que é real e o que não é.
No início fiquei de birra com a arte de Mad D, mas depois vi que esse estilo sombrio e digamos "psicodélico" serve muito bem a esse enredo.
A louca arte de Mad D.
Seus personagens não são bonitos e nem feios, demora um pouco para se acostumar como o estilo, mas vale a pena (estou louco para ver Sobre os Corvos Mortos).
No mais o saldo é positivo, espero ansioso pelo número 2 (será que rola uma com autografo?) e torço para o sucesso do grupo.
Se você quiser conhecer mais sobre a HBQ é só acessar o site do grupo em: 
Lá você pode conhecer cada integrante do grupo, além é claro de comprar sua edição.
Ou então vão na página do facebook: https://www.facebook.com/HBQQuadrinhos 
Se vocês ainda tem alguma dúvida sobre o trabalho do grupo é só vê essa previa que eles disponibilizam para download no próprio site deles:
http://revistahbq.com.br/series/previas.pdf

2 comentários:

  1. Eu vejo um futuro muito promissor pro mercado de Quadrinhos Brasileiros, muitos títulos surgirão a partir de agora e com evento do Catarse e a enchurrada de quadrinhos autorais nunca vistos antes no Brasil, 2014 promete!

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  2. existem muita gente boa e talentosa no brasil, tanto desenhistas como roterista, mais enquanto não houver atitudes assim como a desse grupo de quadrinheiros, o mercado de quadrinhos nacional vai estar sempre em baixa.
    nao adianta cupar editoras A, B ou C, so vamos ser notados por eles quando as revistas deles nao esteverem mais dando lucros nas bancas.
    o negocio e arregaçar as mangas, e botar as grafitis para fritar.

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